O grupo Performance & Cognição – ICNOVA recebe a artista no dia 5 de Junho, às 19h00 na Sala de Esgrima do Colégio Almada Negreiros (CAN) no Campus de Campolide da Universidade Nova de Lisboa. Entrada livre. Evento será apresentado e mediado pelo professor Paulo Filipe Monteiro (ICNOVA)

Apresentação
No ritual xamânico ameríndio Pena e Maracá, a expressão atuado é usada quando o corpo em performance da/o xamã encontra o corpo do Encantado – a Vida que não morre, encanta-se. Um “estar juntos” engendrado por um modo de imaginar e existir que valoriza o atrito em detrimento do conflito, não fixa as formas do Ser e entende que o humano não é hierarquicamente superior às plantas e a nenhuma outra espécie.

Considerando o ambiente como o Outro, é possível pensar que a catástrofe ambiental que ameaça a vida na Terra está relacionada a um modo de Viver Com praticado por parte da humanidade. Uma crise climática que não é mais uma figuração do futuro, hoje vivemos a devastação de parte da região sul do Brasil – o meu país. Nessa esteira, a Palestra Performance Corpo Atuado aposta no encontro entre aspetos práticos e teóricos do ritual Pena e Maracá com práticas e teorias teatrais, performativas e antropológicas para imaginar Outros Modos de Estar Juntos.

Corpo Atuado mobiliza: material autobiográfico, pois minha avó foi uma xamã de Pena e Maracá nos anos 1920; práticas teatrais, performativas e radiofônicas que realizei na Amazônia ao longo dos últimos 17 anos; e pesquisa acadêmica sobre o cruzamento de Teatro e Xamanismo Ameríndio. A pesquisa, contemplada com bolsa CAPES, incluiu trabalhos de campo na Amazônia Marajoara e sul do México, foi desenvolvida durante o mestrado no Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e continua em desenvolvimento no âmbito do doutorado no Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade de São Paulo (USP).

Katia Brito // Oaxaca, 16 de maio de 2024

Katia Brito – Bio

É atriz/performer, diretora, dramaturga, professora e pesquisadora em Artes Cênicas. Doutoranda do programa de pós-graduação em Artes Cênicas pela Universidade de São Paulo (USP), mestre em Artes Cênicas pela Universidade Federal de Rio de Janeiro e Bacharel em Teatro pela Universidade de São Paulo. Atualmente, residindo entre Brasil e México, pesquisa as possíveis imbricações entre xamanismo ameríndio e o teatro, com financiamento do programa Institucional de Internacionalização – CAPES- PRINT. Ao longo de sua carreira, já participou de processos criativos com Antunes Filho, Amir Haddad, João Brites, Zé Celso Martinez Correa, Klaus Vianna, entre outros. Como encenadora ocupou espaços como Teatro Nacional Dona Maria II em Lisboa, o Palácio das Belas Artes na Cidade do México e a Floresta Amazônica no Brasil. Recebeu por três anos consecutivos o prêmio Interações estéticas e Residência Artística do Ministério da Cultura Brasileiro/Funarte (2008, 2009 e 2010) para projetos artísticos desenvolvidos na Amazônia. Em 2012 recebeu o prêmio Funarte Residência Artística pela criação do projeto Mameluco que incluiu o acompanhamento por um semestre do processo artístico do Teatro O Bando e do encenador Joao Brites. Em 2023 foi agraciada com a bolsa mobilidade artística da Funarte para apresentar em 2024 a conversa-performance Corpo Atuado na Universidade Nova de Lisboa. Em Corpo Atuado é performer, encenadora e roteirista. O trabalho, iniciado em 2021, já foi apresentado em congressos e seminários do Brasil, Peru, Portugal e México.

 

Evento é  co-organizado pelo Grupo de Investigação Performance & Cognição e Laboratório de Experimentação Cénica (LEC) do ICNOVA.

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