Einstein on the Beach: A Faktura(e) de Robert Wilson é o tema próximo Seminário Permanente de Performance & Cognição (ICNOVA – Instituto de Comunicação da NOVA), por Luís Moreira. A sessão tem lugar na sala SD, piso 0, do CAN, no dia 14 de julho, às 18h, com entrada livre. A apresentação do Seminário estará a cargo de Paulo Filipe Monteiro, professor catedrático da Universidade Nova de Lisboa e investigador do ICNOVA.
Tendo como áreas de pesquisa a Light Art, arquitetura e os modos de operar na performance, o professor Luís Moreira apresentará a última versão da produção original da ópera Einstein on the Beach de Philip Glass e Robert Wilson, estreada em 1976 no Théâtre Municipal em Avignon, em França.
A ópera é dividida em três atos dedicados à teoria da relatividade, à criação da bomba atómica e à sua visão revolucionária do universo. No início do ato final, uma única barra de luz horizontal sobe até ficar totalmente vertical e, em seguida, flutua para fora do quadro.
Este é o momento em que Wilson e Glass escolheram tokenizar como a primeira série de ícones NFT of Bright Moments.
«Entre 22 e 23 de Abril de 2022, vinte minutos da peça Einstein on the Beach (EOTB) de Robert Wilson e Philip Glass, sob o formato filme, foram leiloados enquanto um non-fungible token (NFT). “Um NFT é um identificador digital único que não pode ser copiado, substituído, ou subdividido, que é gravado numa blockchain, e que é usado para certificar propriedade e autenticidade” (Google). O filme leiloado, a cena intitulada Bed, é um ready-made de EOTB. A cena em si, a apresentação de uma barra de luz branca contra o fundo negro do palco, primeiro imóvel e depois o seu movimento muito lento da posição horizontal à posição vertical, pode ser considerada, por sua vez, um ready-made da cena anterior da peça, de uma performance de Robert Morris, da prática artística inaugurada por Marcel Duchamp e que encontramos de forma mais explicita na natureza site-specific (Kaye 2000) da arte minimalista. Esta cena icónica, irredutível, é de certa forma uma dobradiça (Wittgenstein 1969) da estética de Wilson. Não um ato fundador, não uma linguagem, mas uma prática que permite que o jogo de linguagem se estabeleça.»